segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Pré-Produzindo Coelho em Cores ou GFP
Ter condições de sair do papel para a ação é o sonho de qualquer realizador, seja qual for a obra. Neste caso, embora não dispuséssemos de um centavo, havia uma série condições que facilitavam, e porque não dizer, incentivavam a criação do curta.
Além de dar aulas de cinema na Estácio, eu coordenava o VCF - Vídeo Clube do Futuro, projeto do MV/Fiocruz que estimulava o reconhecimento das diversas etapas do fazer vídeo. Lá, dispunhamos de câmeras, sala de edição e recursos para dar andamento ao projeto mais facilmente que na Estácio, onde a fila de alunos esperando para usar equipamentos era enorme. Mais do que isso, qualquer professor participante do projeto VCF podia pedir uma data e realizar o filme com sua turma. Esta prerrogativa também me incluía, sem problemas de hierarquia ou organização, e na Estácio não seria elegante usar a posição de professora para facilitar a realização do trabalho com os estudantes, já que o curta havia transpirado para uma característica não formal, ou seja, extra-curricular.
A prática do trabalho cooperativado em teatro facilitou conseguir o apoio de familiares e amigos para termos locações e outros recursos. A especificidade da Fiocruz foi fundamental para dispormos da coelha nas melhores condições possíveis para ela e para nós.
No projeto VCF, aproveitava a experiência que tivera ao trabalhar na EICTV/Cuba. A criatividade, a maleabilidade na solução de problemas e no rodízio de funções, a noção de organização e trabalho em equipe, além da exigência de qualidade permeiam o trabalho em San Antonio de los Baños.
Na maior parte das vezes conseguimos trazer essas qualidades para o VCF, guardadas as devidas proporções, já que na EICTV existe a preocupação de profissionalização e no projeto VCF o objetivo era estimular o reconhecimento, não necessariamente para encaminhar para carreiras ligadas ao audiovisual mas para facilitar uma leitura crítica de produtos desse tipo.
Tais qualidades propiciavam uma prática estimulada pela reflexão de quem sabe que pode agir - o atualmente falado empowerment. Os participantes são realmente atores sociais de sua vivência e o resultado pertence ao grupo.
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Gostei muito. Além da qualidade artística, o vídeo coloca concisamente um amplo leque de questões para o espectador. Parabéns, Joaquim Assis
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