quarta-feira, 3 de março de 2010

Final Feliz na Vida Real

Que tal ter comida, casa e asseio garantidos mas viver preso numa gaiola, junto com outras inúmeras gaiolinhas, com outros seres iguais a você, em nome de uma razão louvável, de um objetivo honroso, de uma possibilidade nobre?

E não há culpados, o objetivo é nobre mesmo, dele todos nós nos beneficiamos de uma forma ou outra. E será assim pelo menos até que a engenharia genética, sim, ela novamente, encontre uma maneira de evitar o uso de cobaias em experimentos que nos propiciam por exemplo, a cura de doenças. Essa era a vida de nossa coelha, até ser cedida para participar do vídeo. Ela nos foi doada com 100 dias de vida e ao ter contato com o ambiente não poderia voltar à assepsia do laboratório para não haver risco de contaminação pelo meio externo.

Na impossibilidade de ficarmos com ela, antes de a recolhermos no laboratório, conseguimos alguém que a quisesse. O Jorge, então zelador de nossa área e de nós todos de certa forma, se comprometeu a zelar também pela coelha, em sua casa, ao doá-la à sua filha.

Mas inesperadamente, a filha de Jorge ficou com medo da coelha. Ô, ô, problema. Mas não para o batalhador Jorge.

Ele ia andando pela rua ao encontrar um casal amigo que vinha com sua filha de 12 anos bastante chorosa. Eles tentavam animá-la mas não conseguiam. Ela não havia sido aprovada em um concurso para entrar no Colégio Pedro II, conhecido pelo seu rigor.
Já perceberam, não é? A menina, ao ver a coelha no colo de Jorge, se encantou pela coelha. Os pais, ao verem a menina se animando, também.

E foi assim que nossa coelha foi morar em um sítio nos arredores do Rio de Janeiro, livre de gaiolinhas e acompanhada de um coelho. Não conhecemos sua prole, mas garantimos uma coisa: nenhum deles é transgênico.

Em tempo: resistimos a dar nome a ela para que o verdadeiro dono tivesse esse privilégio.

Um comentário:

  1. História linda, foto deliciosa. Que um dia, num futuro não muito distante, todos os bichos explorados pelo homem tenham um destino parecido com o dessa coelhinha. Beijo grande, Dudu Maria. Você é fofa demais mesmo FM

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Créditos do Coelho em Cores GFP